Metroidvania e Classicvania: Qual a diferença entre os dois

Metroidvania e Classicvania: Qual a diferença entre os dois

Materia feita na data de 24/09/2024, Autor: Leonardo Silva

A era dos 8 bits trouxe várias franquias icônicas que estão vivas até hoje. Franquias como Mega Man, Zelda e Contra dão o ar da graça, mesmo que esporadicamente, mostrando longevidade e se reinventando. Dentre alguma dessas, uma franquia que goza de uma popularidade imensa é Castlevania, passando por todas a gerações de consoles, consoles portáteis, sendo rebootada na sétima geração, entrando na geladeira depois da melança com o reboot e voltando com coletâneas clássicas para não deixar a franquia cair no esquecimento. Até mesmo série na Netflix, Castlevania ganhou.

O primeiro Castlevania surgiu no Japão, em 26 de setembro de 1986 para o Famicom Disk System, o aparelho que rodava disquete de jogos e que podia ser acoplado ao Famicom. A franquia seguiu uma receita relativamente simples de um jogo plataforma, com um enredo sombrio remetendo a obras artísticas de terror, algo que ainda não estavam sendo bem explorados nos games naquela época. A franquia seguiu com uma ou outra alteração na jogabilidade e no enredo, que em um jogo segue o fluxo normal, em outro volta um pouco na história para no jogo seguinte voltar a época contemporânea ao enredo, mas em geral, mantendo sua essência. Todos os jogos da tem suas suas peculiaridades e aqui não vamos abordá-las, pois esse não é o propósito dessa matéria.

O nosso querido Famicom, com o seu leitor de disquete instalado na parte inferior
O nosso querido Famicom, com o seu leitor de disquete instalado na parte inferior
Arte da caixa do primeiro Castlevania
Arte da caixa do primeiro Castlevania

O jogo que dividiu a franquia em antes e depois

Um grande marco na série Castlevania acontece em março de 1997, quando a Konami lança Castlevania: Symphony Of The Night, um game que consegue elevar a experiência da franquia, adicionando elementos de exploração, ao mesmo tempo em que retorna com alguns elementos de RPG empregado anteriormente, mais especificamente em Castlevania 2: Simon s Quest, mas como este tinha um level design que até hoje é lembrado com criticas, acaba não sendo um elemento (também) não tão bem apreciado. A exploração que Castlevania: Symphony Of The Night trazia, ia de encontro com um elemento característico da série até o momento, que era a sua linearidade, você ia passando pelas fases, enfrentando os chefes e apenas seguindo em frente, sem retorno. Em Symphony Of The Night, ao vencer um chefe ou descobrir um novo caminho, as áreas anteriores continuam disponíveis, e assim, é possível voltar posteriormente, com novos upgrades e abrir aquela passagem que não era possível acessar antes. A ausência de linearidade e o acesso a um mapa, item esse que apenas víamos no final de uma fase e inicio de outra para marcar nosso progresso no jogo, marcam uma grande semelhança entre este título de Castlevania e outra grande franquia que começou no Nintendinho, Metroid. Marcava-se aí um novo caminho na nossa franquia de caçadores de vampiros e também o nascimento de um novo (sub)gênero, o Metroidvania.

Castlevania: Symphony Of The Night é sem dúvida, um dos jogos mais aclamados da série até hoje
Castlevania: Symphony Of The Night é sem dúvida, um dos jogos mais aclamados da série até hoje
Representação do mapa do primeiro Castlevania, no qual nós apenas víamos o mesmo quando passávamos de uma fase para outra.
Representação do mapa do primeiro Castlevania, no qual nós apenas víamos o mesmo quando passávamos de uma fase para outra.
Em Symphony Of The Night, os labirintos acabam promovendo mitas horas de gameplay
Em Symphony Of The Night, os labirintos acabam promovendo mitas horas de gameplay

Essa formula fez um enorme sucesso na série Castlevania, perpetrando o Symphony Of The Night como um dos mais conhecidos e jogados, e na era em quem o 3D estava vindo com tudo, foi um dos poucos jogos 2D a prender a atenção dos jogadores. Boa parte dos títulos posteriores da franquia, com uma exceção aqui e ali, foram metroidvania, e muitos outros jogos, de franquias diversas, também caíram nas graças desse gênero. Claro que não foi só no estilo clássico e no metroidvania que Castlevania navegou, ainda na quinta geração, foi lançado os títulos Castlevania e Castlevania: Legacy of Darkness para Nintendo 64 e todos dois eram 3D de plataforma e mais tarde também foi lançado o game Castlevania: Lament of Innocence, um Hack n Slash para Playstation 2, isto só para exemplificar, mas no entanto, os gêneros que mais marcaram a franquia, com certeza, foram os metroidvanias e os clássicos, mas aí temos uma nova questões, como distinguir o que seria o clássico na série?.

Castlevania: Aria Of Sorrow foi um dos jogos da franquia que seguiram na onda do Symphony Of The Night
Castlevania: Aria Of Sorrow foi um dos jogos da franquia que seguiram na onda do Symphony Of The Night
Castlevania: Legacy Of Darkness foi outro game da série, para Nintendo 64, mas que seguia que seguia o gênero plataforma 3D
Castlevania: Legacy Of Darkness foi outro game da série, para Nintendo 64, mas que seguia que seguia o gênero plataforma 3D

O que seria um Classicvania

O termo classicvania não é encontrado com muito frequência, ou até mesmo com muita clareza pela internet, mas o contexto das discussões sempre são em que esse termo representa os jogos clássicos, com progressão linear e a falta de elementos RPG. Lembrando que o jogo até pode ter um ou outro elemento de exploração e RPG, mas não vão ser recorrentes ou necessários para a conclusão da fase, mantendo a mesma linear. Claro que, como foi um termo que surgiu para melhor classificar os jogos da franquia que tem a formula clássica, ao coligarmos títulos de outra franquias, alguns ressaltam que um elemento que esse game deve ter, além dos citados a pouco, é o apelo ao terror, ao soturno, e nesses termos se encaixaria, por exemplo, jogos como Bloodstained: Curse of the Moon e Splatterhouse.

Para finalizar, outra grande diferença é que geralmente, os classicvanias, até mesmo por seguirem a receita antiga, prezam pela dificuldade do gameplay e levam um tempo curto para serem finalizados, obviamente, depois do jogador já ter feito toda a curva de aprendizado, passando todas as frustrações e alegrias que o processo naturalmente proporciona srsrsrsr. Já os metroidvanias tem um tempo relativamente grande de jogo, pois os mapas geralmente são bastante grandes, com áreas escondidas e outras que não são acessíveis a primeira vista. Para compensar, a maior parte dos inimígos não são difíceis, ou são difíceis até você pegar algum upgrade ou progredir em seus status.

Bloodstained: Curse of the Moon é um game que segue a linha classicvania.
Bloodstained: Curse of the Moon é um game que segue a linha classicvania.
Slain: Back From Hell também seguem com fidelidade a receita
Slain: Back From Hell também seguem com fidelidade a receita

Finalizando

Classicvanias e Metroidvanias tem o seu valor, e apesar muitas vezes consideramos o metroidvania como uma evolução, dado o aumento de sua complexidade, as vezes vale apena sentar e seguir a jornada de aprendizado, e tudo mais que um classicvania proporciona, para pouco a pouco vermos nossa jogatina ficar mais e mais reduzida de tamanho, até o momento que consigamos finalizar o game dentro da média de 30 minutos. O que importa no final é a experiencia que cada jogo nos proporciona e quanto que vamos guardá-lo nos nossos momentos nostálgicos. O resto é discussão boba. Em se tratando de jogos, use seu tempo apenas para jogar, não para discutir.

Boa jogatina.



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