Materia feita na data de 25/07/2025, Autor: Leonardo Silva
O gênero RTS (Real-Time Strategy) revolucionou a forma de jogar ao introduzir mecânicas de estratégia em tempo real: construção de bases, coleta de recursos, gestão de exército e posicionamento tático, tudo acontecendo simultaneamente. Nos anos 1990 e 2000, esses jogos dominaram os PCs e moldaram toda uma geração. Sua gameplay com ênfase em microgerenciamento e decisões rápidas tornaram o estilo clássico atemporal.
A algum tempo fizemos uma matéria falando sobre a importância do gênero, seu auge e como está o gênero hoje em dia. você pode conferir a matéria aqui , Hoje vamos trazer 8 jogos que não apenas definiram o gênero como continuam sendo referência para novos desenvolvedores e fãs de estratégia ao redor do mundo. Vamos mergulhar na nostalgia e descobrir por que esses clássicos ainda resistem ao tempo.
8º Lugar:
Total Annihilation - 1997
Total Annihilation foi lançado em 30 de setembro de 1997, desenvolvido pela Cavedog Entertainment e publicado pela GT Interactive para PC (Windows). Naquele ano, o gênero RTS estava em crescimento explosivo com o sucesso de Command and Conquer e Age of Empires. Mas Total Annihilation se destacou ao trazer batalhas de larga escala com unidades tridimensionais e terrenos com elevação, algo inédito até então. Ele é considerado um dos primeiros RTS a usar gráficos totalmente 3D em unidades, o que era revolucionário para a época. Como curiosidade, o jogo teve trilha sonora orquestrada, o que também foi raríssimo para o gênero nos anos 1990.
O enredo gira em torno da guerra entre duas facções futuristas: o Core e os Arm. Após séculos de guerra civil em que as mentes humanas passaram a ser transferidas para máquinas, o universo é tomado por conflitos interplanetários sem fim. A jogabilidade oferece coleta de dois recursos principais — energia e metal — e construção de fábricas, defesas, e uma variedade enorme de unidades terrestres, aéreas e navais. A interface era avançada, permitindo comandos em fila, patrulhas automatizadas e controle em larga escala, o que influenciou o design de jogos como Supreme Commander.
Incluímos Total Annihilation na lista por ele ter sido inovador tanto em mecânica quanto em tecnologia, oferecendo escala, complexidade e liberdade tática raramente vistas na época. Ele não só inspirou uma legião de fãs como também gerou spiritual successors como Planetary Annihilation e Supreme Commander, mantendo viva sua influência no subgênero sci-fi de RTS.


7º Lugar:
Command and Conquer - 1995
Lançado em 26 de setembro de 1995 para DOS, com versões posteriores para Windows, Mac, Sega Saturn, PlayStation e Nintendo 64, Command and Conquer foi desenvolvido pela Westwood Studios e publicado pela Virgin Interactive, estabelecendo as bases do RTS moderno. Seguindo Dune II, lançado em 1992, o jogo elevou o padrão técnico e estratégico: introduziu faccionais assimétricas, interface otimizada e cutscenes em FMV — uma novidade que misturava narrativa e estilo cinematográfico ao gameplay. Além disso, sua trilha sonora, criada por Frank Klepacki, tornou-se ícone cultural, influenciando profundamente o clima e identidade do título.
A premissa gira em torno de uma guerra global entre duas facções: a Global Defense Initiative (GDI), que busca conter um elemento alienígena chamado Tiberium, e a sombria Brotherhood of Nod, liderada por Kane. O jogador coleta Tiberium usando harvesters e refinarias, constrói bases com estruturas militares e tecnológicas, e comanda unidades como tanques, jipes, aviões e infantaria. O jogo equilibra economia, expansão e combate, introduzindo também um editor de mapas e modos multiplayer via IPX ou TCP/IP, revolucionário para a época.
Command and Conquer é um dos marcos do gênero RTS, definindo mecânicas centrais como microgerenciamento de unidades, diferenças estratégicas entre facções e uso de FMVs para contar uma história envolvente. Vendeu mais de 3 milhões de cópias e deu origem a uma série que contagiou gerações e inspirou remasterizações . Sua influência permanece viva: em 2020 ganhou versão remasterizada em 4K com cutscenes remakeadas e suporte a mods, o que reafirma sua importância histórica


6º Lugar:
Rise of Nations - 2003
Lançado em 20 de maio de 2003 para Windows (posteriormente portado para Mac e relançado em 2014 como Extended Edition na Steam) pela Big Huge Games e Microsoft Game Studios, o game surge num momento crucial. Seu idealizador, Brian Reynolds, já havia se destacado em jogos de estratégia por turnos como Civilization II e Alpha Centauri. Rise of Nations trouxe uma inovação: combinou a fluidez dos RTS com elementos de 4X e turnos, como sistema de fronteiras, atrito de guerra e avanço de eras ilimitado, cobrindo desde o mundo antigo até a era da informação. Lançado logo após Age of Empires II e Warcraft III, conquistou destaque técnico e reputação ao ganhar títulos de Jogo do Ano em 2003.
A campanha Conquer the World tem formato híbrido, quer dizer, parte em turnos, parte em tempo real, onde o jogador busca conquistar territórios, moldar diplomacia e evoluir civilizações. São 18 civilizações com atributos únicos ao longo de oito eras, utilizando seis recursos e um sistema de progresso tecnológico abrangente. A diversidade é reforçada por maravilhas históricas como as Pirâmides e o Taj Mahal, que concedem bônus permanentes.
Rise of Nations aparece por ser o RTS híbrido definitivo da sua geração, incorporou o melhor de Age of Empires e Civilization, trouxe revoluções para o gênero e influenciou títulos seguintes. Com campanha estratégica profunda e partidas rápidas, se tornou referência em equilíbrio entre microgerenciamento e macro visão tática. Sua premiação e adoração contínua comprovam sua relevância .


5º Lugar:
Empire Earth - 2001
Empire Earth foi lançado em 13 de novembro de 2001 para Windows, desenvolvido pela Stainless Steel Studios e publicado pela Sierra Entertainment. O jogo é frequentemente descrito como um Age of Empires em escala épica, pois cobre mais de 500 mil anos de história — da Pré-História à era Nano. Em um momento em que títulos como Stronghold e Battle Realms também competiam pelo mercado de RTS, Empire Earth se destacou por sua ambição monumental e profundidade histórica, sendo liderado por Rick Goodman, o mesmo designer de Age of Empires. Um fato curioso: o jogo possui 21 eras diferentes, o maior número entre todos os RTS clássicos, o que o tornou uma referência em evolução tecnológica em tempo real.
O jogo não segue uma única narrativa, mas oferece campanhas históricas divididas em quatro atos: Gregos, Ingleses, Alemães e Russos, cada um focado em diferentes momentos da humanidade. Na jogabilidade, o jogador coleta recursos, constrói bases e gerencia unidades em diferentes eras tecnológicas, com a possibilidade de avanço ao longo do tempo, desbloqueando novas armas e estruturas — desde arqueiros primitivos até tanques, jatos e mechs futuristas. Os cenários mudam drasticamente com cada avanço de era, exigindo constante adaptação estratégica. Além disso, há um modo de customização de civilizações e até heróis de guerra e estratégia, com bônus específicos.
Empire Earth merece seu lugar na lista por ser um dos RTS mais ambiciosos e completos já lançados. Sua escala de eras, profundidade de conteúdo e liberdade criativa o tornaram um título cultuado por fãs do gênero. Apesar de ter tido sequências menos marcantes, o original ainda é lembrado com carinho e respeito — especialmente por quem aprecia jogos com foco em evolução histórica e variedade tática.


4º Lugar:
StarCraft - 1998
StarCraft foi lançado em 31 de março de 1998 para PC (Windows e Mac OS Classic), desenvolvido e publicado pela Blizzard Entertainment. O título chegou num momento em que o RTS já havia se estabelecido com Command and Conquer e Age of Empires, mas StarCraft se destacou ao elevar o nível de design assimétrico entre facções, narrativa cinematográfica e suporte a multiplayer competitivo. Ele foi um dos primeiros jogos de estratégia a ter três raças jogáveis completamente diferentes entre si, com equilíbrio impecável, o que revolucionou o gênero. Um fator curioso e marcante: o jogo se tornou esporte nacional na Coreia do Sul, dando origem a ligas profissionais que influenciaram o surgimento do e-sports moderno.
O universo de StarCraft é um épico de ficção científica envolvendo três raças: os Terrans (humanos exilados), os Zergs (insetoides com mentalidade coletiva) e os Protoss (espécie psíquica altamente avançada). A campanha narra os conflitos interplanetários envolvendo guerras políticas, traições e ascensões sobrenaturais, como a da personagem Kerrigan, que se transforma na Rainha das Lâminas. A jogabilidade exige microgerenciamento preciso, uso inteligente do terreno, e estratégias que variam radicalmente entre raças. O multiplayer via Battle.net impulsionou a comunidade global e ajudou a consolidar o jogo como referência em competição estratégica.
StarCraft está nesta lista por ser um divisor de águas dentro do gênero. Ele não só foi um sucesso de crítica e vendas (mais de 11 milhões de cópias vendidas) como definiu padrões técnicos, narrativos e competitivos para os jogos de estratégia. Seu impacto cultural é enorme, e sua influência segue viva com StarCraft II e com o remaster lançado em 2017. Nenhuma lista de RTS clássicos estaria completa sem ele.


3º Lugar:
Warcraft III: Reign of Chaos - 2002
Warcraft III: Reign of Chaos foi lançado em 3 de julho de 2002 para Windows e macOS, desenvolvido e publicado pela Blizzard Entertainment. Após o sucesso estrondoso de StarCraft, a Blizzard apostou em uma abordagem diferente para Warcraft III, mesclando RTS tradicional com elementos de RPG, como heróis que ganham experiência, habilidades especiais e itens. Na época, o jogo se destacou num mercado já competitivo, competindo com Age of Mythology, Command and Conquer: Generals (que viria no ano seguinte) e o então já consagrado Age of Empires II. Curiosidade importante: Warcraft III foi o berço de modos personalizados como Defense of the Ancients (DotA), que acabaram originando o gênero MOBA.
A história é rica e épica, se dividindo em campanhas para quatro raças: Humanos, Orcs, Elfos Noturnos e Mortos-Vivos. A trama acompanha a decadência do príncipe Arthas, que se torna o Lich King — um dos arcos mais lembrados da Blizzard. As partidas mantêm o estilo RTS de construir bases, coletar ouro e madeira e montar exércitos, mas adicionam heróis com habilidades únicas, que evoluem durante a partida, influenciando diretamente o curso das batalhas. Esse elemento de RPG dinâmico tornou o jogo extremamente inovador e viciante.
Warcraft III está na lista porque quebrou paradigmas dentro do gênero, provando que RTS podia ir além da fórmula clássica e incorporar narrativa cinematográfica e evolução de personagens. Sua engine deu origem a uma das maiores revoluções da história dos games: o gênero MOBA. É um título essencial tanto para fãs de estratégia quanto para quem quer entender a evolução dos jogos multiplayer modernos.


2º Lugar:
Age of Mythology - 2002
Age of Mythology foi lançado em 1º de novembro de 2002 para PCs com Windows, desenvolvido também pela Ensemble Studios e publicado pela Microsoft. Na época, o gênero RTS vivia o auge, com sucessos históricos como Age of Empires e Warcraft III. O diferencial de AoM foi trazer deuses, heróis e criaturas mitológicas (gregos, egípcios e nórdicos), adicionando poderes divinos ao combate tradicional de RTS. Uma das curiosidades marcantes é que ele foi o único spin‑off bem‑sucedido da franquia Age, mantendo a engine, mas inovando fortemente na temática.
A campanha principal conta a história de Arkantos, herói atlante que enfrenta ameaças mitológicas para proteger o mundo mortal e suas divindades. A jogabilidade mantém o clássico ciclo de coleta de recursos (comida, madeira, ouro), construção de bases e formação de exércitos, mas adiciona o uso de poderes divinos, heróis e unidades mitológicas — como centauros, minotauros e ciclopes, que proporcionam grande vantagem tática em batalha.
Age of Mythology está nesta lista porque expande a fórmula clássica de RTS ao introduzir elementos fantásticos, que influenciaram muitos títulos posteriores — um ponto de virada dentro do gênero, mesclando história, fantasia e estratégia num pacote equilibrado e envolvente.


1º Lugar:
Age of Empires - 1997
Lançado em 15 de outubro de 1997 para Windows, Age of Empires é um dos pilares do gênero RTS histórico, desenvolvido pela Ensemble Studios e publicado pela Microsoft. Na época, o mercado ainda era dominado por jogos de estratégia por turno e títulos em tempo real tímidos, como Warcraft II (1995). Age trouxe uma proposta inédita: a evolução de civilizações ao longo de quatro eras (Pedra, Ferramenta, Bronze e Ferro), combinando coleta de recursos, combate e narrativa histórica. Curiosidade: o jogo incluía um editor de cenários, permitindo que fãs criassem suas próprias campanhas, diferentemente da maioria dos RTS da época
O jogo não tem um enredo único centralizado, mas foca em diferentes campanhas históricas: egípcios, hititas, persas, entre outros. O objetivo é progredir do estágio primitivo até o domínio militar, construindo aldeias, avançando tecnologicamente e criando exércitos. Há forte ênfase no equilíbrio entre economia e guerra: é necessário coletar madeira, comida, ouro e pedra, construir estruturas, treinar unidades e explorar o mapa, tudo ao mesmo tempo.
Age of Empires entrou pra nossa lista porque é o fundador do estilo RTS histórico moderno: simples de aprender, mas profundíssimo na estratégia. Foi essencial pra popularizar o gênero e influenciar diretamente todos os títulos seguintes, inclusive aqueles que também estão aqui. Sem ele, dificilmente teríamos as bases que fizeram de jogos como Age of Empires II, Rise of Nations e Empire Earth sucessos incontestáveis.


Conclusão
Jogos de estratégia em tempo real é aquele gênero que, se consegue te cativar, você leva com carinho por toda a vida. Sem dúvidas não são jogos fáceis de prender a atenção na primeira jogatina, pois é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, mas aqueles que passavam longas horas nas lan houses com certeza se lembram com carinho das vezes que precisavam fazer tudo correndo, antes que o jogador do lado o atacasse e devastasse tudo que tinha acabado de criar.
Esses jogos marcaram época, sejam pelas suas pomposas campanhas, seja pelo gameplay em rede desesperado, e continuam influenciando o novoso jogos até hoje, mesmo que não com a mesma frequência que antes, pelas preferencias do público atual. De qualquer forma, sempre é bom revisitar esses clássicos RTS .
E você? Tem algum jogo de estratégia em tempo real que marcou sua vida e que não entrou nesta lista? Manda sua opinião ou sugestão para mais matérias como essa. Boa jogatina.