Materia feita na data de 29/04/2025, Autor: Leonardo Silva
Na matéria "Metroidvania e Classicvania: Qual a diferença entre os dois" conseguimos diferenciar bem um gênero do outro, mas de uma forma bem resumida, podemos distinguir um metroidvania em relação a um classicvania, em relação ao fator "exploração", elementos de RPG e pela forma de progressão das fases. Também falamos que o termo "Classicvania" se refere primordialmente aos jogos da série Castlevania que segue estilo de gameplay que se tornou clássico dentro da franquia, e esse estilo tem forma de progressão de fases bem linear, foco nos saltos entre plataformas e definições de inicio e fim de fase bem definidas.
Acontece que alguns dos elementos do "classicvania" podem ser relacionados também a jogos que não fazem parte da franquia Castlevania, jogos que são lineares em suas fases e que o jogo não se baseia na exploração, ou ao menos não seja tão focados nela para encontrar itens que proporcionem abrir novas fases e assim progredir no game. Para denominar um game como classicvania, temos que considerar a presença de um dos elementos que fazem a franquia castlevania ser o que , ou seja, mexer com temas soturnos, até porque sem esse elemento, uma gama enorme de jogos poderia entrar pra lista sem lembrar nem de longe os clássicos dos matadores de vampiros. Hoje separamos cinco jogos, que não fazem parte de franquia Castlevania, mas que podem ser considerados tranquilamente classicvanias.
5º Lugar:
Odallus: The Dark Call
Odallus: The Dark Call, foi um jogo desenvolvido pelo estúdio brasileiro JoyMasher, conhecido por títulos como Oniken e Blazing Chrome. Odallus: The Dark Call foi lançado originalmente em 15 de julho de 2015 para PC, chegando com a média de 4 anos de atraso em outras plataformas, tais como o Nintendo Switch, Xbox One e PlayStation 4. O game tem sprites bem ao estilo 8 – 16 bits, com algumas animações de introdução muito boas, lembrando muito a experiencia do Castlevania: Rondo of Blood, do PC Engine, dando enfase a pegada Dark/Gótica pertencentes aos jogos de castlevania. Odallus dá muita enfase a coleta de power ups ao longo do caminho, sendo esses, itens de cura, armas e até mesmo “novas skin”, que obviamente se tratam de sprites novos para nosso personagem. O jogo também possui em cada fase, ao menos um caminho alternativo, onde você encontrará itens que abriram passagem para a fases posteriores, no entanto, apesar desses elementos que podem se encaixar no gênero metroidvania, o game não faz isso de forma constante e aleatória, como um metroidvania costuma fazer, como parte de sua essência. Odallus: The Dark Call é muito mais focado em enfrentar as dificuldades e conseguir progredir do que em itens e lugares secretos, apesar de os ter uma quantidade que pode se chamar de legal.
No jogo, controlamos Haggis, um guerreiro cansado de batalhas, mas que precisa lutar novamente para resgatar seu filho das forças das trevas, passando por oito fases com exploração não linear, e enfrentando chefes desafiadores, ao menos até você descobrir o macete para vencê-los. No jogo, além dos power ups que encontramos, também encontramos um “mercador” bem ao estilo Resident Evil 4, no sentido de sempre está em algum lugar dentro da fase. Com ele, podemos encontrar itens de cura e algumas armas. Geralmente jogos do tipo classicvanias e com estilos parecidos geralmente são curtos e Odallu não foge a regra, podendo chegar na media de 8 horas de duração, graças a sua dificuldade desafiadora e sua exploração, conseguindo executar ambos (dificuldade e exploração) em boa medida.
O jogo entra para a nossa lista por conservar um clima sombrio e uma boa dificuldade, nos forçando a manter a cautela na hora de atacar, gerenciar bem nossos itens e também o dinheiro com conseguimos para comprar mais itens. O bônus aqui é o fator exploração, que algumas boas vezes vai nos fazer voltar uma fase inteira para que achemos um item essencial para passar de fase mais para a frente. Para quem gosta de uma boa pixel art ao estilo 8 bits, esse game é um prato cheio.



4º Lugar:
Slain: Back from Hell
Slain: Back from Hell lançado inicialmente apenas como “Slain” é um jogo de ação e plataforma 2D desenvolvido pela Wolf Brew Games e publicado pela Digerati Distribution. A primeira plataforma em que foi lançado, em 24 de março de 2016, foi o PC, tendo ganhado novos portes para o PlayStation 4 e Xbox One, e versões subsequentes para PlayStation Vita e Nintendo Switch, logo após ter recebido melhorias depois de enxurradas de críticas no lançamento. Não sei se o pessoal da Wolf Brew se inspirou na Ubisoft, mas o game recebeu muitas criticas em sua primeira versão referente aos seu controles, que eram imprecisos em meio a um gameplay que exigia precisão, ritmo lento, bugs gráficos e de checkpoint e etc. Os desenvolvedores optaram por remover o jogo das prateleiras, reformulá-lo para deixá-lo melhor, e assim voltando como "Slain: Back from Hell".
Fortemente inspirado pela série "Castlevania" e pela estética do heavy metal, Em "Slain: Back from Hell", controlamos Bathoryn, um herói ressuscitado que luta contra hordas de inimigos em ambientação gótica, possuindo dificuldade elevada, mas com checkpoints frequentes, compensando a frustração da tentativa e erro, também frequente no jogo. Facilmente podemo considerar ser um "classicvania", pela sua inspiração gótica, progressão linear, marcada por uma dificuldade constante, exigindo a cada passo a analise do ambiente no intuito escolher a melhor estratégia para dar o próximo passo, seja andando e defendendo o ataque inimigo, seja desviando dos ataques e aproveitando as brechas dos mesmos.
O jogo entra na lista por conservar os elementos góticos, linearidade e dificuldade. Além disso tudo, o game apresenta um pixel art detalhado que remete às capas de álbuns de heavy metal. Isso somado a trilha sonora pesada e densa, contribui para a atmosfera soturna do jogo, sendo muito elogiada pelos criticos, no entanto, não é consenso sobre a jogabilidade, tendo alguns criticos achado o jogo bem difícil. O conselho que podemos dar é que você jogue e tire suas próprias conclusões, pois nem todos os criticos entendem ou aceitam que dificuldade alta e mecânicas não tão variadas, fazem parte do level design do game.


3º Lugar:
Bloodstained: Curse of the Moon
loodstained: Curse of the Moon é uma série que acontece paralela ao jogo principal, "Bloodstained: Ritual of the Night", sendo os jogos respectivamente Classicvania e Metroidvania. Bloodstained: Curse of the Moon veio como uma promessa de meta batida após o financiamento coletivo de "Bloodstained: Ritual of the Night" ter ultrapassado o valor almejado. Apenas para nos situarmos nesse contexto, A franquia Bloodstained foi iniciada por Koji Igarashi, mente que coordenou o desenvolvimento de "Castlevania: Symphony of the Night" e por conseguinte, todas as inovações que o game trouxe para a franquia. As últimas investidas da Konami na série Castlevania, na primeira metade da década de 2010, foi nos jogos que deram um reboot na franquia, chamados de "Castlevania: Lords of Shadow", que acabaram não agradando os fãs com os caminhos que a franquia tinha tomado, principalmente pelas mudanças de enredo, e para os mais saudosistas, pelo gênero. "Bloodstained: Ritual of the Night", que prometia ser um sucessor espiritual da franquia Castlevania, trazendo novamente o metroidvania, no entanto, vamos voltar ao foco, que é o classicvania, Curse of the Moon.
Bloodstained: Curse of the Moon é fortemente influenciado pelo título "Castlevania III: Dracula s Curse", terceiro jogo da franquia castlevania, onde um dos maiores destaques era poder trocar de personagem. Durante alguns estágios, encontrávamos alguns personagens, sendo três no total, podendo optar por seguir com ele e aproveitar algumas de suas particularidades. A diferença nesse quesito é que no Castlevania III, podíamos apenas ficar com um personagem para trocar, ou seja, ao encontrarmos o primeiro parceiro no segundo estágio, encontrando um segundo no estágio seguinte, teríamos que decidir se continuaríamos com o parceiro que já tínhamos ou trocamos para o que acabamos de conhecer, já no Bloodstained, todos os parceiros que encontramos na jornada, permanecem com a gente.
Bloodstained: Curse of the moon entra para a nossa lista pela sua fidelidade ao gênero, tanto pela sua jogabilidade, quanto pela sua temática. O jogo possuei dois modos, o veterano e o casual, onde o veterano, tem vidas e continues limitados, além de trazer aquela velha mecânica de que, ao ser acertado, seu personagem é empurrado para trás, tendo a possibilidade de fazer você cair, caso esteja em cima de alguma plataforma e assim, perder um personagem ou uma vida. Já no modo casual temos continues infinitos, fazendo com que o jogo se torne um passeio no parque. Foi esse o jogo que me despertou a curiosidade nos classicvanias, pois antes dele, não era um gênero que me chamava a atenção, então por experiência própria, é um jogo que vale muito a pena.



2º Lugar:
Ghouls 'n Ghosts
Ghouls 'n Ghosts é um jogo de ação plataforma, lançado para os arcades em 1988, sucessor do também muito elogiado Ghosts 'n Goblins, de 1985. Ghouls 'n Ghosts também ficou muito conhecido nos consoles caseiros, onde ganhou portes para algumas das principais plataformas, tais como Mega Drive, Master System, SuperGrafx, Amiga, entre outros. É um jogo marcado pela dificuldade, assim como muitos jogos na época, principalmente os arcades, que usavam uma dificuldade relativamente elevada para compensar o curto tempo de jogatina, uma formula que funcionava muito bem nos fliperamas, proporcionando a rotatividade dos jogadores nas maquinas disponíveis (ou seja, mais fichas entrando). Em Ghouls 'n Ghosts, enfrentamos inimigos variados e que acabam retornando, então, o negocio é decorar os padrões dos inimigos, eliminando-os e ir andando com cautela, pois muitos inimigos podem surpreender, brotam do chão ou de lugares inusitados.
Em Ghouls 'n Ghosts, controlamos Sir Arthur, um cavaleiro que enfrenta criaturas inspiradas em filmes de horror, chegando mesmo a lembrar os filmes preto e branco clássico, assim como toda ambientação do game. Arthur é um cavaleiro medieval que luta para salvar a princesa Prin Prin, também conhecida como princesa Tamara nas versões de 8 bits, aprisionada no castelo de Lúcifer (Loki). Uma forte característica do game é que podemos acompanhar o estado de vida de Arthur através da sua armadura, que ele perde quando é atingido pela primeira vez, e ficando pelado (apenas com uma cueca samba canção) quando apenas pode resistir a só mais um dano. Nosso protagonista começa arremessando facas, mas pode ir pegando outros power ups e trocando de armas, tais como machado, espadas e tochas e etc.
Ghouls 'n Ghosts entra para nossa lista por causa de sua ambientação de horror clássico e temática soturna, embora esteja mesclada com elementos bem caricatos, como o próprio protagonista. Além da estética, outra semelhança forte com os classicvanias da série Castlevania é o grau de dificuldade, que é grande quando começamos a jogar, mas que começa a ficar fácil depois que começamos a entender os padrões de ataques dos inimigos, encurtando cadas vez mais o tempo que se leva para finalizar o game.


1º Lugar:
Demon ‘s Crest
Demon s Crest é nosso primeiro lugar, sem dúvidas um game que marcou o super nintendo, com excelentes sprites e o uso de "Mode 7" para o mapas, conservando uma jogabilidade difícil, um dos truques velhos para deixar o cartucho render mais. Demon s Crest tem como personagem principal um gárgula conhecido como Firebrand. Ele vive no mundo de demônios, e lá, os habitantes estão em guerra tentando reunir os emblemas mágicos que podem conceder uma fonte de poder infinita para o seu portador. Firebrand, embora com outros nomes, já era velho conhecido dos jogadores, pois já havia dados as caras em jogos do universo da franquia Ghosts n Goblins. Além dos jogos derivados da franquia Ghosts n Goblins e de Demon s Crest, Firebrand também deu as caras em Snk vs Capcom, Marvel vs Capcom: Infinite, onde nesses dois ele é chamado de Red Arremer, que seria seu nome originário do primeiro Ghosts 'n Goblins.
Demon’s Crest entra na nossa lista pelo seu grau relativamente grande de dificuldade, pelo designe de suas fases, que tem lá seus elementos de exploração, mas que segue um desenrolar linear, e acima de tudo, pela temática gótica, tendo como protagonistas criaturas que fazem parte do lado sombrio tão explorado por esse gênero. O elemento que alguns podem apontar como destoante de um jogo classicvania pode ser a escolha das fases e o fato de poder voltar para algumas, no entanto, só ficam abertas aquelas fases onde nem todos os itens principais foram coletados, preservando a linearidade do game, uma vez que as fases tem começo e fim bem definidos. O grande atrativo do game é o mapa, ao qual podemos escolher a fase e nos locomover, que faz uso do efeito gráfico em sprites 2D, conhecido como "Mode 7", que fazia com que o mapa rotacionacionasse, desse zoom in e zoom out, conforme o comportamento de Firebrand, que ficava planando em cima do mapa.
Como dito acima, temos vários games com nosso amigo vermelho, uma pena não haver nenhum game, ou anuncio de um game novo, seguindo a mesma linha de Demon s Crest. De qualquer forma, se você curte um belo classicvania, vale muito passar por esse game, explorar os poderes e as mudanças que Firebrand passa durante a gameplay, a dinâmica que cada habilidade dá a ele no jogo. É um classicvania bem diferenciado.



Boa Jogatina!!!