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Fatal Fury: KIng of Fighters - O primeiro jogo de luta da SNK

Fatal Fury: KIng of Fighters - O primeiro jogo de luta da SNK

Materia feita na data de 14/02/2025, Autor: Leonardo Silva

Fatal Fury: City of the Wolves está prestes a ser lançado, e muitos já estão “hypados” aguardando o jogo vir as prateleiras. Não é a toa, pois além do jogo parecer está bem polido até o momento, trás uma boa variedade de combos, novos personagens, além do visual repaginado de alguns, além de fazer um “collab” com a franquia Street Fighter, onde a SNK emprestou Terry e Mai para Street Fighter 6 e a Capcom deu de volta Ken e Chun-li para Fatal Fury: City of the Wolves. O ultimo jogo da franquia é o “Garou: The Mark of The Wolves” que se passa anos depois da serie: Fatal Fury Real Bout, quando o filho de Geese Howard, Rock Howard, então com 17 anos, passa a participar do game. O game apresenta jogabilidade diferente da série Real Bout, mas também teve ótima receptividade pela critica e público, e é dessa fonte que Fatal Fury: City of the Wolves parece beber.

Fatal Fury: City of the Wolves é o retorno da série depois de mais de 20 anos
Fatal Fury: City of the Wolves é o retorno da série depois de mais de 20 anos

O game está previsto para 24 de abril desse ano, mas enquanto ele não é lançado, vamos aproveitar e passear um pouco pela série Fatal Fury. Vamos para os primórdios dos jogos de luta como os conhecemos hoje. Com a internet integrada em nossas vidas, de forma semelhante a energia elétrica, é quase impossível que alguém minimamente interessada em jogos de luta, não tenha vista ao menos imagens ou vídeos do primeiro Street Fighter, digo isso, pois como muitos que começaram a jogar na década de 90, se embasbacou vendo pela primeira vez Street Fighter II, nunca chegaram perto de uma maquina de arcade com Street Fighter (1). Esse game foi lançado em 1987 e fez sucesso relativo, trazendo uma proposta diferente da maioria dos jogos arcades na época, que basicamente eram compostos por muitos jogos de plataforma, puzzles, alguns briga de rua e muitos papa fichas. Alguns jogos contemporâneos a Street Fighter eram bem parecidos em sua jogabilidade, mas Street Fighter trouxe os golpes de comando, as famosas “meia-lua”, “meia-lua ao contrário”, acompanhadas de soco ou chute, dependendo do comando do personagem, é claro, e que anos mais tarde foram popularizadas no fliperamas com as dicas: “da um adugue”, “da um repete”, “isso aí é um hollyudi”, tão normais para os jogadores em 3 décadas, mas um verdadeiro empecilho para jogadores novos … e de Smash Bros.

O primeiro Street Fighter foi o pioneiro no golpes de comando, no entanto, não só essa iniciativa como outras acabaram sendo não muito bem executadas
O primeiro Street Fighter foi o pioneiro no golpes de comando, no entanto, não só essa iniciativa como outras acabaram sendo não muito bem executadas

O criador do primeiro game foi o Takashi Nishiyama, já reconhecido naquela época pelos seus trabalhos. Ele ficou contente com o resultado final, mas não se sentiu completamente satisfeito, pois a falta de recursos das placas de arcade, naquele momento, juntado a imprecisão dos botões de pressão (a intensidade dos golpes dependia da força empregada nos botões) deixavam a jogabilidade difícil e travada. Após esse período de tempo, Takashi Nishiyama deixa a Capcom e vai para a SNK, onde começa a trabalhar no seu novo jogo de luta, o que alguns colocariam como “sucessor espiritual de Street Fighter”, já que a nova parceria prometia que muitas coisas que não foram implantadas no Street Fighter poderiam ser lançadas no novo game. Esse game era “Fatal Fury: King of Fighters”

Takashi Nishiyama, a mente criativa por trás de Spartan X, Street Fighter, Fatal Fury e muitos outros.
Takashi Nishiyama, a mente criativa por trás de Spartan X, Street Fighter, Fatal Fury e muitos outros.
As máquinas de Street Fighter ficaram famosas pelos seus botões de pressão, garantia a força do golde de acordo com a pressão exercida nos botões, mas que no entanto acaba trazendo mais imprcissão para uma jogabilidade já comprometida.
As máquinas de Street Fighter ficaram famosas pelos seus botões de pressão, garantia a força do golde de acordo com a pressão exercida nos botões, mas que no entanto acaba trazendo mais imprcissão para uma jogabilidade já comprometida.

O game tinha uma tela de seleção com três personagens, o que por si só já era um avanço muito grande, se comparado ao primeiro Street Fighter, que não tinha tela de seleção alguma. Outra diferença notória, era que os três personagens de Fatal Fury: King of Fighters, eram bem distintos entre si, com seus próprios golpes e aparência, em contrapartida, no primeiro Street Fighter a única forma de escolher entre os dois personagens, Ryu e Ken era optar pelo primeiro controle ou o segundo, respectivamente, tendo em vista que os dois tinham os mesmo golpes e que na verdade colocar um segundo personagem (Ken) foi apenas uma forma de não colocar o mesmo personagem repetido na tela, pudor esse que foi abandonado todos os jogos de luta posteriores, tendo uma estratagema aqui, outra acola.

A tela de seleção, em Fatal Fury, trazia apenas três personagens, o que ainda era aceitavel para a época, e os mesmos eram bem diferentes entre si.
A tela de seleção, em Fatal Fury, trazia apenas três personagens, o que ainda era aceitavel para a época, e os mesmos eram bem diferentes entre si.

Enredo

A história do game se concentra nos irmãos Bogard, Terry e Andy. O dois eram órfãos que foram adotados por um grande lutador chamado Jeff Bogard. Sem saber nada de sua família, os dois seguem a vida com o ponto de partida na sua adoção. Jeff cria e educa os dois com honra e sabedoria, provinda dos ensinamentos das artes marciais. Anos mais tarde, Jeff é encontrado por um antigo rival, seu nome era Gesse Howard, grande empresário, envolvido com o lado podre da policia e dono do submundo proveniente de SouthTown. Quando mais novos, Gesse e Jeff foram treinados por um mestre chamado Tung Fu Rue, que conhecendo bem os dois no dia a dia de treino, decide passar o bastão de todo seu conhecimento para Jeff Bogard, despertando assim toda a inveja e despeito de Gesse por Jeff, e o declarando inimigo mortal. Em um dia, acompanhado por Terry e Andy, Jeff Bogard é atacado por Gesse e friamente assassinado.

O embate entre Jeff Bogard e Geese Howard acaba custando a vida de Jeffe destruindo a infãncia dos irmãos Bogard
O embate entre Jeff Bogard e Geese Howard acaba custando a vida de Jeffe destruindo a infãncia dos irmãos Bogard

O dois rapazes, ainda muito novos, ficam traumatizados e carregam a dor de ganhar e perder um pai em tão pouco tempo. Como ainda não tem idade nem maturidade nas artes marciais para bater de frente com o assassino de seu pai, eles decidem se separar e procurar o treinamento que lhes faltam, saindo Terry a procura do mestre Tung Fu Rue, enquanto Andy é treinado por Hanzo Shiranui, um grande guerreiro das artes ninjas.

Quando atingem a idade adulta, eles retornam a SouthTown em busca de vingança, quando encontram um lutador de Muay Thai chamado Joe Higashi e o mesmo os informa que Gesse Howard está por trás do torneio “King of Fighter”, criado para que Gesse possa recrutar o serviços dos mais poderosos lutadores. Os trés se tornam inseparáveis desde então, e entram para o torneiro afim de acabarem de vez com Geese.

Personagens selecionáveis

Terry Bogard : Grande lutador e principal protagonista dentre os três selecionáveis e durante todo o decorrer dos jogos da série. Irmão mais velho de Andy, mais forte e mais centrado. Terry sai em treinamento e aprendizado com Tung Fu Rue, onde fica por um bom tempo isolado, o que acaba repercutindo em sua postura nômade, apesar de estar sempre sorrindo e volta e meia estar com seus irmão e joe. É muito querido pelos fã e se tornou um dos símbolos dos jogos de luta da SNK, fazendo muitas participações em outros jogos, como o mais atual Street Fighter,Capcom e Fighting EX Layer, da Arika.

Andy Bogard : Irmão impulsivo de Terry. Seu treinamento junto a família Shiranui lhe trouxe mais disciplina e centralidade. Durante seu treinamento, Andy desenvolveu um grande laço afetivo com sua parceira de treino Mai Shiranui, neta de seu mestre. Outra pessoa que Andy conhece é Jubei Yamada, lutador de Judô. Jubei se encarrega de prosseguir o treinamento de Mai quando Andy chega, portanto, volta e meia, os quatro estavam juntos, dando a Andy um sentimento de família.

Joe Higashi : Grande representante do Muay Thai dentro da franquia. É forte e destemido, entrando no torneio do Rei dos lutadores para demonstrar sua força e o poder dar arte marcial que adotou. Joe Higashi foi elaborado para balancear o tom forte e dramático da história dos irmãos Bogard, se comportando muitas vezes como alivio comigo, sendo que isto fica mais evidente durante os jogos subsequentes da série e também na série de games “The King of Fighters”. Futuramente Joe acaba se envolvendo com a irmã do braço direito de Geese, Billy Kane, também velho conhecido dos jogadores.

Personagens não selecionáveis

Michael Max : um ex-campeão de boxe peso-pesado. Muito se especulava sobre seu sucesso, sendo uma grande promessa, no entanto, sempre conciliou sua carreira profissional com a participação de brigas de rua, provavelmente o que veio a fazer participar do torneio “Rei dos Lutadores” organizado por Geese.

Richard Meyer : Um mestre brasileiro de Capoeira, usa suas habilidades para entreter os clientes de seu Pao Pao Cafe, recinto que aparece algumas tantas vezes dentro da franquia Fatal Fury e também de The King of Fighters. Richard também aparece outras vezes na franquia, nno entanto, nunca mais como personagem selecionável.

Tung Fu Rue : , o lendário mestre do estilo conhecido como Hakkyokuseiken , que treinou muitos lutadores ao longo de sua vida inclusive Jeff e Terry Bogard. Aqui, em alguns momentos da partida, ele se transforma em uma versão distorcida de si mesmo, parecida com a obra literária “O médico e o monstro”, ficando muito mais forte, mas isso foi adaptado nos jogos seguintes, onde ele apenas almenta de tamanho durante o seu Desperate Move.

Duck King : , lutador extrovertido com todos, que incorporou passos de break dance ao seu estilo de luta (ou será que foi o contrário?). Luta o tempo todo com seu pintinho de estimação a tira colo. É um alívio cômico dentre os lutadores rivais.

Hwa Jai : Ex-campeão de Muay Thai, Tem Joe Higashi como seu rival depois de ter sido derrotado pelo mesmo. Está sempre acompanhado de sua bebida “energética” que de alguma forma faz seus golpes ficarem mais fortes.

Raiden : é um lutador profissional de westler conhecido por maltratar seus oponentes. Ele se mudou para South Town para se envolver em lutas fortes onde acabou sendo contratado por Geese Howard como um de seus capangas entrando no torneio The King of Fighters.

Billy Kane : um órfão criado nas ruas de Londres, se tornou o braço direito de Geese Howard. Billy Kane tem um profundo respeito por Geese, sendo capaz de se sacrificar se preciso, pela segurança de seu mestre, desde que não seja uma luta mano a mano, que é uma das poucas coisas que Geese consegue respeitar.

Geese Howard : é o chefe final do game e um dos maiores vilões da SNK. Ele se tornou o senhor do crime de South Town, operando nas sombras. Grande desafeto dos irmãos Bogard, responsável pela morte de seu pai adotivo Jeff Bogard, Ele é o organizador do torneio “King of Fighters”, usado para aliciar novos aliados e eliminar quem toma conhecimento de suas operações mas decide não trabalhar para ele.

Jogabilidade

Fatal Fury: King of Fighters é um jogo de controles difíceis, assim como todos de sua época, principalmente da SNK, que aqui, apenas começava sua jornada com os jogos de luta. Os golpes de comando saim com mais facilidade do que em Street Fighter 1, mas exigiam mais precisão do que em Street Fighter 2. Temos três botões, sendo um de soco, outro de chute e mais um para agarrão. Podemos escolher entre os três personagens, e depois escolhermos o primeiro adversário, dentre quatro oponentes, Richard Myers, Michel Max, Tung fu Rue e Duck King.

Fatal Fury tem um esquema onde o personagem pode pula para um segundo plano e continuar a luta. É um recurso que foi aprimorado nos jogos posteriores, principalmente a partir do terceiro game, onde pode ser usado para ampliar alguns combos, sendo abandonado em Garou: Mark of the Wolves. Esse esquema de segundo plano nos estágio demonstra que desde o início, a SNK se preocupou em trazer uma ou outra inovação, no entanto, não foi um esquema que pegou em outros jogos de luta.

Considerações Finais

Fatal Fury: King of Fighters, é sem dúvida, um grande jogo de luta e uma boa entrada nesse gênero por parte da SNK. É um jogo que apesar de ter sido lançado no mesmo ano de Street Fighter 2: World Warrior, teve sua mira voltada para o primeiro Street Fighter, pois na verdade Fatal Fury é o limbo entre o primeiro o segundo jogo da concorrente, onde Fatal Fury consegue ser tudo aquilo que Street Fighter (1) não pode ser, mas não consegue chegar perto do Street Fighter 2: World Warrior, com seus 8 personagens, e que já conseguia aproveitar bem os recursos da mais recente placa de arcade CPS. O primeiro Fatal Fury não era uma maquina comum de se encontrar, eu me recordo de ver a primeira vez esse game anos mais tarde, 1994 ou 1995 na média, em forma de port para o Super Nintendo, em alguma daquelas trocas de cartucho que vivíamos fazendo quando não sabíamos direito o que queríamos jogar. Aquela altura, eu já tinha visto alguns jogos da franquia, mas o primeiro ainda não tinha visto, e confesso que foi uma decepção na época. Não passei da tela de seleção de personagens e logo pedi para colocar outro cartucho. Quando somos jovens, jogamos os games mais por diversão do que por qualquer outra coisa, mas com o tempo, as lembranças dos momentos de jogatina, que se enraízam no passar dos anos, as nossas passagens pelos jogos de determinada franquia, o modo como passamos a contabilizar o tempo, referenciando o jogo que jogávamos em local X, que ficava perto da escola que estudávamos quando estávamos na 6 série, portanto no ano 199x, 200x, 20xx, tudo isso faz com que reavaliemos aquele jogo que não demos bola naquela época e ao menos tentemos olhar com outros olhos, por exemplo, observando as limitações dos consoles da época que não enxergávamos e passar a entender que aquele jogo foi de fato muito bom, sendo feito do jeito que foi feito, na época em que foi feito. Fatal Fury, de fato, é um bom jogo, dá pra se divertir jogando. Aqui as comparações são feitas para que possamos ter o mínimo de parâmetros para entender o game, mas o conselho é jogar sem comparar, ao menos no momento da jogatina, vale a pena relembrar.

O cartucho de Fatal Fury para Neo Geo. Remete aquela atmosfera dos anos 80
O cartucho de Fatal Fury para Neo Geo. Remete aquela atmosfera dos anos 80
Geese caindo do alto de seu arranha céu. Infelizmente ele voltou e contou história.
Geese caindo do alto de seu arranha céu. Infelizmente ele voltou e contou história.

Boa jogatina



Fatal Fury

The King of Fighters

Terry

Andy

Joe

Bogard

Geese

SNK

Neo Geo

Jogo de Luta





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