Materia feita na data de 09/11/2017, Autor: Leonardo Silva
O Linux é um sistema operacional de licença livre, utilizado em diversas arquiteturas de computadores, inclusive pcs e notebooks. Seu código fonte é disponibilizado pela licença GNU gpl (GNU General Public License = Licença Publica Geral GNU), portanto, em sua grande maioria, as distribuições Linux podem ser adquiridas gratuitamente, sem incorrer em algum tipo de ação ilegal.
Distribuições Linux, já vem, em muitos casos, pré-instalado no pc/notebook para baratear a venda dos mesmos, justamente o contrario do Windows que, mesmo vindo sobe uma licença OEM (Original Equipment Manufacturer), que deixa o Windows desse computador mais barato, tem que embutir o valor da licença no valor total do pc/notebook, e tornando o computador com Windows mais caro que um computador com Linux.
Mas mesmo com essa vantagem de não ser pago, por que as pessoas, em boa parte, preferem remover um Linux “original” e colocar um Windows pirata, do que testar o sistema que já vem no aparelho? Será que o linux é ruim a ponto de grande parte dos usuários não quererem nem de graça?
Bem, não é bem assim!!!
Para entender melhor essa situação temos que deixar de lado certas comparações supérfluas sobre qual é o melhor sistema. A intenção do post é fazer com que as pessoas que ainda não tem uma opinião concreta sobre esse sistema, passem ao menos a começar a forma sua opinião. Tanto Windows como o Linux ou até outro sistema qualquer, irá ter os seus pontos altos e baixos, e cada um vai ter uma filosofia bem diferente, fazendo com que sigam linhas diferentes, e isso não faz com um sistema seja necessariamente ruim.
O Linux (ou “GNU/Linux” como a comunidade gosta de se referir para diferenciar o "sistema operacional Linux” do “Kernel Linux”), segue a filosofia do código aberto, quem entende de programação pode pegar o código de um programa já criado e modificá-lo, desde que informe que está fazendo uma modificação em cima do código do programa em questão. Por conta dessa filosofia, existem varias distribuições diferentes onde muitas são derivadas de outras e cada uma dessas distros terá mais e mais versões. Muitas vezes ainda é bem mais interessante abrir um terminal e digitar um comando para executar determinada tarefa do que procurar através de menus que podem se diferenciar de uma distro pra outra, além do que o “Shell Script”, linguagem nativa das distribuições linux, é muito funcional e relativamente fácil (dependendo do interesse do usuário) de ser manuseada. Ainda assim, as distros Linux estão cada vez mais intuitivas, agregando tanto aqueles usuários que gostam de resolver tudo na interface gráfica, quanto aqueles que gostam, ou sentem a necessidade da interface de texto.
Já o Windows é um sistema de código proprietário, sua licença é paga, então o seu fabricante procura deixar o mais automatizado, intuitivo e optimizado possível justamente para que a maioria dos usuário não tenha que ficar configurando-o, oferece suporte e tem equipes trabalhando em horário integral justamente para isso. Recebe atualizações de segurança constantes e por ser um sistema já consolidado de longa data nos computadores de mesa, tem boa parte da atenção dos fabricantes de hardware voltadas pra si, o que faz, por exemplo, que determinada placa de video tenha um desempenho melhor no Windows do que no Linux, já que quando foi fabricado, o pensamento primeiro foi que funcionasse bem no sistema e com as ferramentas do Windows.
Já deu pra notar que é meio difícil não fazer as comparações entre os dois sistemas, porem, é necessário entender que e saudável manter as comparações em nível técnico e não para depreciar um determinado sistema. Não encaremos esses sistemas como fanboys que precisam rebaixar a outra opção para que o seu gosto prevaleça. Vamos falar sobre Linux ...
Um fato incontestável é que as pessoas em sua maioria,começam a usar o pc ou notebook com Windows, tanto que para muitos que estão começando, fica difícil entender o conceito de Hardware e Software, achando que um computador tem por obrigação ter “O Windows”, só depois de algum tempo relativo de uso é que começam a entender onde terminam as peças e começam os programas, e que dentre esses programas, existe o Sistema Operacional, que por ventura é Windows. Algo geralmente faz com que a indivíduo saia da ”zona de conforto” de usar o Windows e se aventure a entender um novo sistema (para ela).
Por que sair da minha “zona de conforto” e usar outro sistema?
Por que trocar um sistema que você já sabe como funciona para começar a usar um que você nem sabe pra onde vai, e “todo mundo” diz que não presta? Bem amigo, pra responder essa pergunta é necessário que você entenda que boa parte das pessoas que dizem que o Linux não presta, nem tentaram utilizá-lo, preferiram nativamente a zona de conforto, o que é aceitável e compreensível, afinal,cada cabeça uma sentença. Em contrapartida, existem muitos usuário que preferem o Linux que usar Windows, alguns usam os dois no mesmo computador, e isso se deve pelo fato de que o Linux também tem suas vantagens, nesse caso poderíamos substituir a pergunta por quais seriam as vantagens em usar Linux? ”. Bem, aqui vai algumas:
Entender que apesar do Windows ser muito bom, não precisará ficar refém dele
Você gosta de refrigerante, e dentre todos os existentes, é falado que “o melhor” é a Coca-Cola. Agora imagine que você vive num mundo onde só existe a Coca-Cola … É complicado, não? Por mais que a Coca-Cola faça um produto de qualidade (deixando de lado as recomendações medicas), se você gosta de refrigerante, iria acabar ficando subjugado a aceitar o que a Coca-Cola inventasse, mesmo que não tivesse tanta qualidade, ou então deixaria de tomar refrigerante. O mesmo caso se aplica a Microsoft. Ela é dominante no mercado de desktops, mas nem toda solução apresentada por ela tem tanta qualidade, exemplo disso foi Internet Explorer e as contas de usuário do sistema Windows, ambos possuem,desde sempre, grandes falhas de segurança . Ao menos conhecer outro sistema te deixa, no minimo com mais uma opção na mão para utilizar quando julgar interessante usar.
Você não precisa abandonar o Windows para usar Linux
Se você quer experimentar o Linux, mas tem receio de substituir por completo um pelo outro no seu computador, ou você usa aquele programa que só funciona para Windows tal como o Photoshop, e usar um programa parecido, tal como o Gimp que tem versão tanto pra Windows como pra Linux, não seria uma alternativa pra você, existem varias formas para você testar/usar o Linux sem ter que abandonar o Windows.
Você pode rodar o Linux direto do DVD ou CD, sem instalá-lo no Disco Rígido, pois a maioria das distribuições vem em “Live CD”, que possibilitam esse tipo de execução. Você pode instalá-lo em maquinas virtuais, tais como o Virtual Box e VMware, e teria o Linux executando “dentro de uma janela”, no seu Windows. Você pode instalá-lo ao lado do seu Windows, e ao ligar o computador, será perguntado qual sistema você deseja iniciar., em todas essas você não precisa exatamente abandonar o Windows
Você não tera programas indesejados
Hoje em dia é muito comum (e muitíssimo chato, diga-se de passagem) você instalar um programa e ao final ter dois ou três que você não sabe de onde veio, e muito desses programas secundários são apenas spam, e não bastando o fato de ser inúteis, trazem propagandas ou mensagens de alertas falsas, eles ainda deixam seu computador lento.
Pelo fato do Linux ter uma filosofia diferente, seus programas não priorizam propagandas e não atrelam a instalação de um programa a outro (pelo menos não vi tal fato até hoje). Então, aquelas barras de pesquisa que “do nada”, aparecem no seu navegador, ou aquele “antivírus”, que mais parece um vírus, no Linux, você não encontrará.
Você não terá vírus
Devemos considerar que nenhum sistema é 100% seguro. Todo sistema operacional terá alguma vulnerabilidade de alguma forma, então, o que podemos considerar é que existem sistemas mais seguro que outros, esse é o caso do Linux. Não é que o Linux não tenha vírus e/ou nunca terá, mas o seu sistema é mais robusto quanto a privilégios de usuários, independente de ser pouco utilizado em desktop, o Linux é muitíssimo usado em servidores, e mesmo assim, os ataques são muito poucos.
O Linux é um sistema que possui um gerenciamento de usuário e arquivos muito robusto e eficiente, e todas as ações principais do sistema sempre irão requisitar ou a senha do usuário principal, ou a senha o “usuário root”, ou seja o “usuário raiz”, Este tem poder de fazer qualquer operação no sistema, portanto, se você é o usuário principal do computador e quer que outra pessoa façam login no sistema, mas não quer que elas faça besteira e desconfigurem o mesmo, basta criar uma conta para essa pessoa que por padrão essa conta será uma conta simples, ela só terá privilégio de “root” ou privilégio de “administrador” se você liberar esse recursos através dos seus privilégios, caso contrario, a pessoa poderá fazer as operações normais referentes a conta de usuário dela, mas não conseguirá instalar um programa, por exemplo.
Seus programas serão mais enxutos e terão fontes mais confiáveis
Uma coisa que com certeza você irá estranhar quando começar sua investida no Linux será a forma que os programas são instalados. O Linux, na maioria das vezes, não segue o padrão do Windows de dar dois cliques num instalador, depois next, next, next e concluir. O Linux possui algumas formas de instalação, sendo a mais confiável, apartir dos seus repositórios, que seriam um local na internet onde os arquivos dos programas estão disponíveis para instalação e é aí que entra a confiabilidade dos programas. Por eles serem instalados direto dos repositórios, sua procedência é totalmente confiável, e além do fato que o sistema só irá instalar aquilo que realmente necessário para o seu computador rodar aquele programa, então, nada de bibliotecas desnecessárias que só ocupam espaço.
No modo mais tradicional de instalação, você executará um comando com o nome do programa, e o sistema verificará se o programa consta na lista de repositórios, caso conste, ele verificará se você já possui alguma versão do programa, reservará os espaço necessário em disco e fará o download e instalação automaticamente. Achou esquisito? Bem, o Android faz a mesma coisa no Google Play, a diferença é que no Android você fará isso através de uma interface gráfica e não digitando texto. Mesmo assim, as várias distribuições de Linux já trazem alguma central de aplicativos que funcionariam de forma semelhante ao Google Play, então se o problema pra você seria digitar comando, para instalar programas, não seria mais. Fora isso, o Linux ainda possui as instalações apartir de arquivos “.deb”, para os sistemas que são derivados do Debian, que na prática, seriam parecidos com os instaladores do Windows, dar dois cliques e ele faz o resto quase sozinho e outras mais.
É possível se entreter no Linux
Os serviços de streaming mais atuais estão disponíveis também para Linux, tais como Spotify e Netflix. E para os Gamers também existe a versão da Steam, que possui uma boa biblioteca disponível para Linux que cresce cada vez mais. É possível encontrar titulos como Left For Dead 2, Rise Of Tomb Raider, Counter Striker Global Offensive, Ark, Survival Evolved, Borderlands 2 e muitos outros.
Linux para o que você quiser
As várias distribuições Linux existentes geralmente são criadas para algum propósito, muitas são criadas para uso interno dentro de uma empresa, que acaba achando tão legal o trabalho final que acaba disponibilizando para download, existe distribuição voltada para os profissionais que trabalham com edição audio, distribuições criadas para quem trabalha com video e muito mais. Exemplos de grandes distribuições foram o Kurumim, uma distro brasileira criada pelo site Hardware (Guia do Hardware na época) para acompanhar as edições em bancas de jornais. Chrome OS, criado pela Google, sistema que tem o kernel/nucleo Linux, foi feito para operar o Chromebook. Steam OS, sistema criado pela Valve com o objetivo de rodar e optimizar os jogos disponibilizados pela Steam em plataforma Linux.
Você entenderá melhor o seu ambiente de trabalho e saberá que poderá mudar para o que preferir
O Linux poderá te mostrar novas formas de fazer suas atividades, recursos relativamentes simples mas que podem render mais em produtividade. O Linux possui vários gerenciadores de arquivos, que seriam equivalente ao windows explorer, do Windows, e todos esses possuem recursos como abrir várias abas iguais aos navegadores de internet atuais. No Linux é possível trocar o gerenciador de janelas, que dão a interface do Linux, coisa que em outros sistemas não tem como fazer, e existem várias, tais como o KDE, GNOME, XFCE. Basta escolher qual você quer e se adapta melhor, com a possibilidade de poder trocar a iniciar uma nova sessão de usuário. Sem falar nos efeitos gráficos que você pode optar por utilizar no sistema para deixá-lo mais bonito e funcional, tais como Compiz-Fusion para derivados do GNOME e o Kwin para KDE. Vale a pena dar uma sacada!!
Linux para técnicos
O Linux é ótimo para fazer backup de arquivos em computadores com sistema corrompido, também é muito bom para atestar e distiguir problemas de software e de hardware. Fora as ferramentas que são baseadas no Linux para dar suporte técnico como Memtest, um dos melhores programas para teste, o Clonezilla que é usado para fazer clonagem de HD’s e o Hirens boot cd, que é repleto de ferramentas para teste, diagnostico e soluções diversas para suporte.
Nossa opinião
Bem, como ficou claro, o Linux é um sistema totalmente funcional e que muitas vezes é descartado logo de cara por alguns usuários por preconceito ou por medo de testar algo diferente. Nós da Console utilizamos o Linux para quase tudo, só não usamos em casos em que realmente não tem como substituir uma ferramenta Windows por uma Linux. Por isso mesmo, não é salutar entrar em discussões sobre qual é o melhor. A própria Microsoft já deixou essa peleja para trás com seu servidor Azure, que é baseado em Linux e que também é feito para criação de maquinas virtuais Linux dentre outras.
Por tanto, se você se disponibilizar a aprender algo novo, irá entender que o linux é bom. Aprenda Linux, e uma vez que você “peguar o jeito”, tente aproveitar o melhor que os dois sistemas tem para oferecer a você. Entenda que a competitividade entre eles só irá trazer benefícios para quem os utiliza. Então dar uma chance ao Linux é dar uma chance a sua produtividade. E isso vale tanto para esse sistemas citados quanto para outros sistemas e outras plataformas, tal como os celulares e mobiles em geral.
Um dos pontos já citados e que pode deixar o usuário iniciante igual a “barata tonta” é quantidade de distribuições que existem para download que são várias e com programa, usabilidade e aparências diferentes. Recomendamos começar com o Ubuntu, ou o Mint que são distribuições fáceis e confortáveis de usar, o Ubuntu é baseado em Debian e tem uma grande empresa por trás dela, a Canonical, que faz um excelente suporte e traz versões com melhorias constantes de compatibilidade com hardwares. O linux Mint, é baseado no Ubuntu, mas está cada vez mais se distanciando da mesma, mantendo um ótimo desempenho e desenvolvendo grandes projetos como o Mintbook. Quando você se sentir mais confortável com essas, ao seu gosto, poderá testar outras distribuições.
Até a próxima matéria!!!