Materia feita na data de 06/11/2017, Autor: Leonardo Silva
Num mercado mobile dominado pelo Android e IOS, o qual nem a grande Microsoft ainda conseguiu bater, alguns fabricantes ainda tentam,ou tentaram entrar nesse pário. Exemplo disso foi o Firefox OS, sistema operacional da Mozilla, feito originalmente mirando nos celulares de baixo custo, entretanto, o Android também já cobria esse nincho, e como o mesmo já estava bem estabelecido no mercado, com versões mais estável, não sobrou muito para o firefox.
O Ubuntu é uma distribuição Linux. Ganhou destaque por ter uma grande empresa pro trás dela, a Canonical, garantindo sempre versões atualizadas a cada 6 meses, melhorando sempre a compatibilidade com os hardwares em geral, e também melhorando a experiencia entre os usuários novatos. Vem, há tempos, servindo como base para construção de outras distribuições Linux, o que é muito comum no mundo do pinguim, visto que o próprio Ubuntu é baseado em outra distribuição, o Debian.
Projeto do celular Ubuntu Edge
A Canonical desenvolve vários projetos em cima do Ubuntu, dentre eles estava o Ubuntu Phone, um sistema operacional para celulares. Em meados de 2013, ela tentou fazer campanha para arrecadar fundos e lançar seu próprio Smartfone, o Ubuntu Edge. Teria uma configuração bem robusta justamente para fazer o que pode ser chamado de “convergência”, isto é, converter um aparelho de celular em um “computador”, conectando a ele um monitor, teclado e mouse, porém, o valor estipulado como meta pela Canonical não foi batido e o Smartfone morreu na praia.
A Canonical ainda prosseguiu desenvolvendo o sistema operacional para smartfones, o Ubuntu Touch, tendo em vista lançar-lho no mercado como é feito com o Android. Lançou alguns Ubuntu Phones no mercado, quer dizer, o sistema Ubuntu no celular de fabricantes diversos (espanhola BQ e a chinesa Meizu foram as que se candidataram), mas recentemente, Mark Shuttleworth, o dono da Canonical, informou a desistência do Ubuntu Touch e do Unity (interface gráfica adotada pelo Ubuntu como padrão, que permitia e facilitava a convergência) voltando a aderir a Gnome, interface, que o Ubuntu utilizava anteriormente a criação do Unity.
Morreu, mas não morreu? Como assim?
Aí é que está a questão, no mundo open source é muito comum os trabalhos ganharem um “fork” (derivação) que os levariam para outra direção, ou até mesmo outra equipe assumir um projeto que está prestes a morrer, ou morreu. Esse aparentemente é o caso do Ubuntu Touch, a comunidade Ubports prometeu dar continuidade ao Unity e ao Ubuntu Touch, o que vem agradando muitos usuários. A Ubports irá manter o suporte ao smartphone modular Fairphone 2, juntando-se aos já suportados, oficialmente, OnePlus One e Nexus 5 e os planos são de abranger mais e mais.
Com essa noticia, mantêm-se as esperanças em cima de mais um sistema operacional que consiga bater de frente com o Android e IOS e possa alavancar ainda mais essa disputa. O Ubuntu Touch foi um sistema feito com grandíssimas expectativas, mas que aparentemente não houveram em cima dele as apostas necessárias, ou talvez tenha sido um projeto ao qual se prometeu muito, mas o que foi prometido não foi exposto com a grandiosidade da forma ao qual ele estava sendo concebido, pelo menos a falta de um protótipo na concepção do Ubuntu Edge foi muito criticada, ficando os planos de convergência, carro chefe do projeto, apenas no campo das ideias, e nenhum fabricante que de fato colocou em pratica o Ubuntu Touch, quis se arriscar para comprar essa ideia de convergência.
Já com relação ao Unity, foi notório em blogs e sites que tratam sobre o mundo Linux, a incerteza na utilização desse gerenciador de janelas, muitos e muitos usuários fizeram dessa interface, a sua querida. Para as pessoas que ainda não são iteradas no mundo Linux, é importante entender que é possível trocar a “cara” do sistema por uma que mais se adéque a seu gosto, diferente do Windows que em cada versão tem uma "cara" diferente e você não pode trocar pela que você mais gostou, e por sinal, as distros Linux, tem várias "caras", exemplo: KDE, Gnome, Cinnamon, Lxde e muito mais.
Apesar do Gnome ser um ótimo gerenciador de janelas, é meio que um regresso. Abandonar o Unity para voltar para o Gnome representa um atraso para o Ubuntu pois transparece um certo desinteresse por parte da Canonical em continuar trazendo melhorias para o desktop, como sempre foi meta do Ubuntu. Com essa noticia, ao menos irá ser possível ainda baixar sua distribuição Linux atual e trocar a interface gráfica dela para o Unity (caso você goste dela, ou queira experimentar) através do repositório adequado.
Nossa opinião
O Ubuntu Touch sempre foi muito promissor e sempre teve tudo para se tornar um grande sistema, tinha uma grande empresa por trás, tem a base de um grande sistema operacional, infelizmente por algumas falhas no meio do caminho ele quase parou. Talvez ainda venha a desaparecer por completo, já que mesmo com a boa vontade da Ubports, é muito difícil manter um projeto com ambições tão grandes e como eles mesmo falaram, irão manter esses projetos até onde puderem.
O Ubuntu Touch talvez ganhe uma sobrevida caso os fabricantes comecem a apostar mais nele, mesmo sem a convergência como prioridade, e daí, ir ganhando o público por atributos mais simples e que deveriam ser obrigatórios, tais como fluides do sistema, bom gerenciamento de memoria ram e de armazenamento, enfim, funcionar bem. Os programas, como sempre foi plano da Canonical, iriam ter compatibilidade com a versão desktop, o que seria uma preparação para a entrada na convergência, além de ter seus prórpios apps mobiles.
Quanto ao Unity, Apesar de nós da Console Info não o usarmos, esperamos que o desenvolvimento da mesma não pare, e que embora a Canonical não o desenolva mais por enquanto, continue dando uma boa atenção ao desktop que tanto popularizou a sua distro e o nome da empresa.
Até a próxima matéria!!!