Materia feita na data de 01/11/2024, Autor: Leonardo Silva
E awe galera, a faz um pouco de tempo e falamos sobre Axiom Verge, um metroidvania com temática sci-fi lançado em 2015, onde controlavamos Trace, que acabou indo para em uma dimensão arrasada por um patógeno, e ele acaba descobrindo que tem um envolvimento muito maior do que imaginava com essa realidade. Hoje, finalmente, vamos falar sobre segundo game, que torna assim Axiom Verge, uma franquia. Axiom Verge 2.
Axiom Verge 2, assim como seu antecessor, foi feito também pela Thomas Happ Games e, também é multiplataforma. Axiom Verge continua sendo um metroidvania, cheio de power ups e passagens secretas, no entanto, o gameplay muda completamente por não se tratar de um Run n' Gun. Aqui a nossa protagonista consegue logo nos primeiros momentos do jogo, um machado de gelo (ferramenta que serve para praticar alpinismo) para atacar seus inimigos, e logo após ela encontra uma arma chamada "Gishru" (bumerangue com nanotecnologia), ou seja, duas armas de curta distancia. Esse detalhe sobre a mudança na jogabilidade pode fazer o jogador pensar se a experiencia vai ser igual ou inferior ao anterior, mas de fato, toda mudança em uma sequencia de um jogo acaba causando essa reação no jogador mesmo e vai acabar dependendo do gosto pessoal de cada um. Apesar dessas questões, a essência do jogo continua lá e se você gostou do primeiro, mesmo que venha a estranhar algumas coisas, vai gostar de AV2.
A história
AV2 nada tem a ver com AV, pelo menos a principio. Nossa personagem se chama Indra Chaudhari. É uma empresária bilionária, de pulso firme e decidida. Indra é CEO de uma empresa chamada Globe 3 e tem como concorrente outra empresa chamada "Hammond Corp", esta por sua vez fica conhecida por lançar no mercado um computador com latência zero, conhecidos como "Ansible", em 2007. No ano de 2053, atualidade no enrendo do game, A dona da Hammond Corp, Elizabeth Hammond, desaparece, na estação Jones, na Antártida, junto com toda uma equipe de pesquisa. Em pouco tempo a empresa se vê em uma derrocada financeira. Indra Chaudhari compra boa parte das ações da Hammond Corp, tornando-se a socia marjoritaria da empresa. Nessa aquisição feita, Indra ganha também a posse dos protótipos iniciais dos computadores "Ansible", e quando a mesma foi verificar esses protótipos que visualizou uma mensagem dizendo: - Venha para a Antártida se quiser ver sua filha novamente.
Indra parte para a Antártida para o local dos desaparecimentos, agora que tem a posse dessa área também, para investigar e entender o que aconteceu. Ela começa a investigar dentro de galpões e conversando com funcionários, então, mais uma vez, em um computador Ansible dentro de um galpão, ela recebe as instruções para achar uma porta secreta, e ela segue, achando assim um elevador cargueiro que acaba levando para uma outra dimensão, sem caminho de volta.
Ao chegar nesse novo local, que se chama "Kiengir" e ela vai descobrir isso mais pra frente, Indra continua investigando, e dessa vez ela também precisa entender o que tem que fazer para poder voltar. Ela vai descendo até um local parecido com uma caverna, onde começa a escutar uma voz que pergunta a ela se veio em seu resgate. Essa voz começa a guiar Indra até um ponto onde ela cai em cheio de água congelante que gradativamente aumenta seu volume. Essa voz continua guiando em busca de uma urna, que Indra consegue encontrar, já nos momentos finais de sua vida, até que ela perde os sentidos. Momentos depois ela "desperta" e visualiza uma entidade que se identifica como "Amashilama", e informa que Indra havia morrido, mas como conseguiu encontrar a urna antes, Amashilama pôde se libertar e reconstruir o corpo de Indra. Agora as duas estão entrelaçadas, vão seguir a jornada para entender o que está acontecendo.
Jogabilidade
Além de ter deixado de ser um Run n' Gun, outra mudança impactante é que o foco do game ficou muito mais a cargo da exploração do que dos desafios em enfrentar os inimigos. No jogo anterior, haviam caminhos que só podiam ser abertos depois que passássemos por um chefe, esse requeria que se observasse qual seria o macete para derrotar o boss, qual seria a brecha que ele deixaria aberta para ser atacado. Aqui, não temos chefões de fase, mas sim, em algumas áreas, tem alguns inimigos bem avantajados de estatura, mas que podem ser facilmente vencidos apenas partindo pra cima e atacando, ou podem até mesmo ser ignorados evitando combate contra eles e seguindo reto, que eles não empatam a passagem.
Em Axiom Verge 2, temos o conceito de "armas" que nada mais são do que "inteligências artificiais" que estão presas em urnas, que ao serem quebradas, se integram a sua portadora dando alguma nova habilidade. Essas armas dão habilidades totalmente diferentes das que tínhamos no jogo anterior, como por exemplo, a certa altura do jogo, Indra irá conseguir a habilidade de hackear os/alguns inimigos e usá-los para nos levar do ponto A para o ponto B, ou então, podemos fazer com que eles liberem nanos de cura.
Assim como no game anterior, em certa altura do jogo, podemos usar um drone para acessar áreas menores que não são acessíveis por Indra. Nosso drone também ganha novas habilidades de ataque, mas agora podemos usar o drone para atravessar algumas frestas dimensionais, o que não é possível com Indra. Na verdade, nosso drone ganha mais upgrades justamente pelo fato de termos que usá-lo por um período mais prolongado no do que no jogo anterior, mas falar mais sobre isso é dar um spoiler na história do game. Nesse mesmo tempo em que ela tem que passar mais tempo como drone é onde passamos a poder fazer fast travel, algo que definitivamente faltava no jogo anterior, fazendo com que tivéssemos que fazer uma verdadeira jornada quando acreditávamos que tínhamos que pegar algo na área inicial do jogo, quando estávamos nas últimas áreas.
Impressões finais
Acho que deu pra perceber que é difícil falar do segundo sem citar o primeiro, a comparação é automática, pois são jogos bem parecidos, tanto na pixel art quanto na vastidão do mapa, segredos e muito mais. A jogabilidade é o principal ponto de comparação, que só mostra como o desenvolvedor tem criatividade para entregar uma gama nova e distinta de atributos, armas, funcionalidades e muito mais. Apesar da comparação ser inevitável, Axiom Verge 2 é um título que pode e deve ser jogado como um jogo distinto. Isso vai ajudar a o valor que o game merece.
Os cenários são na maioria abertos e com cores claras, sendo as primeiras áreas do jogo se passando no gelo e outras com áreas verdes, áreas de areia e ainda outras embaixo da água, bem mais diversificado que o game anterior, que tinha cenários mais fechados, abaixo da terra, com poucas áreas abertas, e dentre essas, poucas claras (olha nós aqui comparando outra vezes srsrsr). O game trás uma temática puxada para o oriente médio, alavancada pela trilha sonora e também por uma das figuras fundamentais do jogo, Lamassu, que inicialmente aparece para nós em formato de uma estátua de esfinge suméria. Lamassu é o responsável pelos drones, que estão na verdade protegendo Kiengir de intrusos, que por coincidência, são Indra e toda sua equipe.
Não é incomum ficarmos perdidos, sem saber para onde ir, principalmente quando começamos a demorar a encontrar upgrades e textos explicando parte da história, mesmo que o game mostre no menu a missão que está pendente, e muitas vezes até a coordenada no mapa onde temos que ir, mas isso geralmente é legal em um metroidvania (logicamente quando é bem construído), pois é o indicio de que temos um mapa vasto onde temos muito o que explorar. Com um pouco mais de insistência, acabamos descobrindo novamente os upgrades e mais áreas do jogo.
Axiom Verge 2 vale muito a pena. Todas as diferenças em relação ao título anterior, só mostram que a coragem de mudar a formula sem mudar a essencia muitas vezes vale mais o risco do que fazer tudo igual sem risco de errar ou não agradar. Axiom Verge 2 compra o risco, e pra muitos pode ser que seja intragável, por talvez esperar outro run n' gun, ou querer outro elemento que tinha no primeiro game, mas é um risco inevitável principalmente para aqueles que gostam do que fazem. Isso só faz lembrar que características como essas são muito mais visível hoje em dia em jogos indie e que muitas pessoas hoje que reclamam não sentir mais paixão pelos jogos talvez não tenham percebido isso, que jogos AAA só costumam seguir a mesma cartilha para terem risco nulo de vendas baixas. Jogos como os da série Axiom Verge nos faz pensar que o caminho está cada vez arriscar e fazer diferente, sempre inovar a formula
boa jogatina