Materia feita na data de 18/04/2020, Autor: Leonardo Silva
Todos nos carregamos no coração aqueles jogos que amamos, seja de qual plataforma for, seja de qualquer época. Alguns jogadores que não completaram ainda seus 20 anos, geralmente guardam na memória os jogos do Playstation 2 e outros da 6º geração de consoles. Quem tem seus 30 ou mais, puderam aproveitar consoles da 5º, 4º, 3º e ademais gerações, muitas delas onde se destacavam mais a quantidade de bits de seus processadores do que a geração em si. Hoje em dia fica muito fácil relembrar e matar a saudade de um jogo antigo, basta instalar um emulador e jogar, dependendo do tipo do console que se quer emular, o jogo pode até ter mais qualidade do que rodando no console original. Quando é o caso da nostalgia ser maior que o emulador, em muitos casos é possível encontrar aquele console do coração sendo vendido, usado, bem baratinho, ao menos mais barato do que no seu auge. No entanto, muitas vezes gostamos tanto daquele jogo velho, as vezes aparentando estar esquecido pela sua produtora, que nos pegamos imaginando se ele fosse feito hoje em dia, com os gráficos atuais, novos conteúdos, novas missões. Como seria o meu jogo preferido, se ele fosse todo refeito?
Não é de hoje que temos jogos que são refeitos, quase que do zero, atingindo alto grau de qualidade, e certas vezes superando até mesmo o original. Já tivemos grandes jogos lançados e refeitos, tais como Tomb Raider Anniversary, que é uma recriação do primeiro Tomb Raider de 1996, Resident Evil (1) que foi feito originalmente em 1996 e ganhou um fabuloso remake em 2002, Metal Gear Solid, Half Life e muitos outros. Os remakes servem para rejuvenescer aquela franquia que tanto amamos, mas que foi lançada a certo tempo e “tem cara de coisa velha”, daí os mais nostálgicos pode falar: - mais o que é que tem se o jogo é antigo? Ele foi feito para o padrões de sua época e eram legais do mesmo jeito … Ok, o pensamento é certíssimo também, mas os remakes (quando ficam bem feitos) são atrativos para todo mundo, desde os jogadores mais antigos aos mais novos. Os remakes, para um jogador que já acompanha aquela determinada franquia, acabam renovando a experiencia com o jogo, e para o jogador que nunca jogou o game antes, seja por não gostar do jogo na época de lançamento, seja por não ter tido oportunidade de jogar antes, ou por nem se quer ter nascido quando o jogo original tenha sido lançado, puderam servir como porta de entrada para a franquia.
Resident Evil e seu legado
Pois é meu caro jogador, o termo REMAKE está bem na moda nos últimos tempos e a empresa que mais tem colocado esse termo em prática, tem sido a Capcom, com o Resident Evil 2 Remake, seu mais recente Resident Evil 3 Remake e com as especulações levantadas pelo site gringo VGC (Video Games Chronicle) de um Resident Evil 4 Remake sendo desenvolvido. Todos os três jogos da série que saíram para Play 1 foram marcados pelos sustos que levávamos durante o jogo, puzzles que tínhamos para fazer, itens que tínhamos que encontrar, munições que tínhamos que economizar, tudo isso dentro de uma mecânica de controle esquisita, a principio, e gráficos fracos (mas normais para os padrões da época). Na época em que foi lançado, provavelmente a maioria dos jogadores não notavam, ou não ligavam, mas basicamente os cenários era feitos em cima de uma imagem, quer dizer, todo o ambiente do jogo era projetado e modelado em computadores muito mais potentes, no entanto, para não consumir espaço de armazenamento em memória e não jogar trabalho demais em cima do processador do playstation, eram tirados “prints” dos cenários modelados nesses computadores e depois organizado tudo de forma a entender-se durante a gameplay que o personagem estava andando em um cenário real.
Passado o tempo, novos consoles chegando, estávamos saindo da era dos consoles da 5º geração para os da 6º geração, os gráficos estavam bem melhores e muito mais realistas do que os gráficos quadradões do play 1, as memórias desses consoles também estavam bem melhores e maiores, e não precisavam mais de “truques” como os cenários estáticos dos REs. Em 2000 é lançado para GameCube, Resident Evil – Code: Veronica, jogo amado por muitos, porém, por não ser numerado, muitos pensaram, e outros ainda pensam, se tratar de um spin off, mas a história narrada pelo jogo é canônica. Mais tarde, Jinjim Mikami, o criador e responsável pela franquia até então, entendeu que o primeiro game havia “envelhecido mal” e achou interessante refazê-lo para o GameCube, e em 2002, veio o Residente Evil do GameCube, sem remake no nome, mas claramente outro jogo, um trabalho magnifico e bem necessário. Daí então veio o Resident Evil 4, esmagador sucesso e considerados por muitos (principalmente quem tem +/- 20 anos e não jogou os três primeiros) o melhor game da franquia… é né?!!!
A franquia prosperou ainda mais, lançando vários e vários títulos, alguns Spin offs, e no geral, teve pontos altos, e alguns baixos. Hoje estamos em 2020, mais de 3 anos do lançamento do RE 7, com rumores sobre o futuro lançamento do RE 8 e os últimos jogos lançados, como já falamos anteriormente, foram os remakes do 2 e do 3.
Capcom e sua galinha dos ovos de ouro
A Capcom tem várias franquias de sucesso, uma delas é Resident Evil, a qual ela sempre arruma alguma forma de extrair algum produto/jogo novo para agradar seus fâs. A mesma descobriu um grande filão refazendo os jogos que tanto são amados pelos jogadores. E ela não está errada, pois se o mercado demanda, alguém tem que ofertar. Quem fez a Capcom abrir os olhos para esse nicho dentro de RE foi uma equipe de desenvolvedores italianos chamada Invader Games, que em 2014, começaram a desenvolver por conta próprio um remake de Resident 2 aos moldes do Resident Evil 4, com data de lançamento da demo e tudo. No ano seguinte, a Capcom pediu educadamente que a Invader Games parasse o desenvolvimento e chamou os mesmos para discutir ideias sobre o remake que eles iriam fazer. Bem, enfim, o jogo oficial sai em janeiro de 2019, e foram elogios em peso. Finalmente os fã iriam ter um remake oficial, de um jogo tão querido e amado. Resident Evil conseguia trazer toda a atmosfera do terror, com novos gráficos, novas mecânicas, aproveitando tudo que a geração atual tem pra oferecer.
Como todos conhecem a Capcom, é de se imaginar que ela não pararia por aí, nem mesmo os fâs querem que ela pare. No ano seguinte Capcom lança Resident Evil 3 Remake. Durante o tempo em que a Capcom lançou trailer e ficou “hypando” os fãs, as expectativas foram as alturas, no entanto, o produto final acabou não correspondendo as expectativas. A qualidade gráfica, a diversão e a jogabilidade não eram as reclamações gerais, mas sim a falta de desafios, como puzzles, inimigos e alguns cenários do jogo, quer dizer, coisas que caracterizavam o jogo, foram retirados, deixando o jogo relativamente vazio, em alguns aspectos, e curto. Por outro lado, outras coisas foram introduzidas enquanto outras ganhavam mais destaque, como o Carlos, que ganhou mais gameplay durante a campanha. Sem dúvidas foi um remake que causou estranheza para os jogadores, pois a maioria ODIOU ver elementos marcantes serem retirados, ou capados (Nemesis), mas não conseguem dizer com todas as palavras que o remake foi ruim, pois apesar de tudo, ainda acabou se maravilhando com os cenários reconstruídos e com os novos elementos introduzidos. A Capcom achou mais uma mina de ouro.
Mais e aí, chega de remake ou tá pouco?
Bem, se for perguntar isso para um fã, vamos ter uma resposta meio obvia correto? É claro que tem que haver mais. No entanto, se formos analisar com o bom senso, é bom ter calma, pois nem tudo que queremos, devemos ter, ou ao menos, devemos ter de qualquer jeito. O remake do primeiro foi feito com pouco mais de 1 ano, no entanto, foi feito com esmero, o do segundo já teve uma lacuna de tempo maior para ser concluído, e ambos ficaram fabulosos, no entanto, o terceiro, teve também em torno de 1 ano para ser feito, e apesar de também ser muito bom, acabou deixando a deseja em vários aspectos, sendo uma reclamação comum, além das já citadas, ter “chupado” muito do RE 2 Remake, ou seja, RELATIVAMENTE um trabalho preguiçoso. Para aqueles que jogaram os originais, ver um remake faltando elementos essenciais que o original tinha, ver modificações desnecessárias no enredo e outras mudanças mais, quebra toda a experiencia tão aguardada pelos jogadores a anos. Dada essa questão, é preferível que o jogo demore mais tempo para ser planejado e desenvolvido, afinal, os fâs merecem um bom produto final, não um trabalho feito as pressas com o intuito de “arrancar dinheiro” em cima da nostalgia alheia. Por outro lado, devemos entender que “arrancar dinheiro” é pra quem se “deixa” arrancar, quer dizer, por mais que o jogo mexa com sua nostalgia, a Capcom não tira o dinheiro do seu bolso e lhe dá o jogo, quem faz isso é você, e é por você agir por impulso, é por você comprar levando mais em conta a emoção do que a razão, que a Capcom chega a produzir jogos rasos, faltando pedaço pra depois corrigir com algum patch ou disponibilizar alguma DLC, paga ou não, para adicionar conteúdo e ajeitar aquele defeitinho. Só salientando, estamos falando de Resident Evil, Capcom, mas isso se aplica a várias tantas outras desenvolvedoras e distribuidoras.
É um fato, as desenvolvedoras querem e precisam de dinheiro. Se elas fazem um trabalho ruim em determinado ponto e ninguém reclamar, ela irá achar que o trabalho foi bem feito. É necessário reclamar, é necessário não comprar, se for o caso. Existem rumores de que Resident Evil 4 Remake vem aí. Você, principalmente você, que jogou Resident Evil 4 no console, lá no playstation 2, vai querer um jogo capado, igualmente ao que se alega de Resident Evil 3 Remake? Provavelmente não, porquê ninguém gosta de ver uma oportunidade jogada no lixo. Portanto, é necessário não aceitar nada feito de qualquer jeito, você é consumidor, você está investindo neles, tem que cobrar qualidade.
Considerações
Não tem como não ficar apreensivo com relação a um novo remake. Quem gosta de série Resident Evil sabe bem o que é ver os trailers de lançamento de um jogo refeito, a expectativa em ver tudo aquilo que se viveu antes, com um visual mais arrojado e tudo mais atualizado. A cada novo rumor, uma nova esperança e cada um fazendo suas próprias especulações. Acredito que igualmente a muitos, eu esperava um remake de Code Veronica, entretanto, SEGUNDO RUMORES, Resident Evil 4 está na ponta da agulha para ser desenvolvido, o que acaba sendo um tanto desnecessário EM MINHA OPINIÃO, dado que RE 4 envelheceu muito bem, obrigado, e tem versão Remaster para tudo que é plataforma (Todo mundo sabe a diferença de Remake para Remaster correto? BELEZA!!!!). Mas é compreensível o interesse da Capcom em trazer RE 4 as luzes dos novos Remakes antes de fazer isso com Code Veronica (se é que irá fazer Remake de CV …) Resident 4 em sua vendeu muito mais do que CV e a Capcom não quer dar ponto sem nó, ela quer dar um tiro certeiro, e levantar o maior número de vendas possível. Code Veronica é enxergado por muitos como um spin off, quando na verdade, quem iria ser um spin off seria RE 3. Mas, como nem você, caro leitor, nem eu, somos os donos dos direitos da série, basta a nós pedimos, reclamarmos, exigirmos os remakes que queremos e que sejam bem feitos. Caso o serviço não agrade, pra quem já comprou, reclame mais ainda ou peça reembolso, e pra quem não comprou, que deixe seu cartão de crédito na carteira mesmo.
Até a próxima !!!